A vida na cultura: a trajetória da servidora do Arquivo Público Ivana de Araújo
Apaixonada por ballet e circo, Ivana atua há quase 30 anos na cultura do Espírito santo.
“Eu comecei a fazer ballet clássico aos 14 anos e desde então, por toda a minha vida, eu atuei na cultura” relembra com carinho Ivana de Araújo, servidora do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES). Nesta sexta-feira (08), data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a instituição destaca a trajetória de Ivana para homenagear todas as pesquisadoras e funcionárias do órgão, cujas atividades promovem a preservação e o fortalecimento da história e das práticas culturais capixabas.
Ivana nasceu no município de Muniz Freire ena adolescência mudou-se para o Centro de Vitória, onde reside até a atualidade e iniciou os seus estudos em dança clássica, área na qual realizou apresentações e deu aulas por mais de 15 anos.
“Era uma época de muita luta. Final da década de 1970. Era tudo mais difícil. Transportes. Deslocamentos. Você imagina... Como bailarina, eu e minhas colegas sempre pensamos em profissionalizar a nossa atividade, o que culminou com a formação do ‘Grupo Somas’ na década de 1980, que foi a primeira companhia profissional do Espírito Santo. Por um longo período eu me dediquei exclusivamente à dança”, relata.
Ela destaca que um dos principais objetivos do grupo era uma maior popularização e acesso ao ballet clássico e contemporâneo. Para isso, fizeram diversas apresentações no interior do Espírito Santo, como, por exemplo, nos municípios de Alfredo Chaves, Cachoeiro de Itapemirim, Linhares e Colatina. Participaram também de festivais nacionais em locais como São Paulo e Rio de Janeiro.
Em 1985, começou a trabalhar no Departamento Estadual de Cultura (DEC) como “animadora cultural”, que tinha a função de promover ações em diferentes campos como o teatro, a dança e a música. “Nessa época, o DEC criou o ‘circo mambembe’ e nós começamos a viajar por todo o Espírito Santo realizando diversos cursos e apresentações. Ele tinha uma estrutura com lona. Eu me apaixonei tanto pelo circo que senti vontade de viver disso”, disse.
Após, em 1993, Ivana foi para a Secretaria de Cultura da Prefeitura de Vitória, onde trabalhou na produção e difusão como secretária executiva do fundo municipal de cultura. Nela, teve relevante participação na configuração do carnaval de Vitória. Em 1993, por questões de estrutura e organização, houve uma pausa nos desfiles das escolas de samba. Ivana e a equipe iniciaram um levantamento da situação e promoveram um espaço de debate para o aprimoramento e um futuro retorno.
Na época, o carnavalesco Joãozinho Trinta veio ao Espírito Santo para auxiliar no processo e conversar com os dirigentes das agremiações. Ivana conta que, em 1994, começou o projeto “Carnaval de Todos os Sentidos”, que retomou os blocos de Rua no Centro. Em 1997 foi a vez das escolas de samba voltarem a desfilar, mesmo que em número reduzido e uma semana antes do carnaval oficial no restante do Brasil.
Depois da Prefeitura, Ivana passou um período na Faculdade de Música do Espírito Santo (FAMES). Em 2007 entrou para o quadro do Arquivo Público do Espírito Santo, onde permaneceu até 2011, voltou em 2015 e continua até os tempos hoje no atendimento da Biblioteca Maria Stella de Novaes. “Eu nunca trabalhei com outra coisa na vida. A cultura sempre foi a minha missão”, afirma.
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