16/05/2016 13h43

Arquivo Público completa 105 anos de preservação da história capixaba

O “Archivo Público Espírito-Santense", atual Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES), foi fundado no dia 18 de julho de 1908 pelo Presidente do Estado Jerônimo Monteiro como um anexo à Biblioteca Pública. Na época ele ocupava um dos salões do Palácio Anchieta. São 105 anos de história, contada por meio de processos, papéis oficiais, cartas, fotografias, negativos, películas, fitas de áudio e vídeo, microfilmes, mapas e mídias digitais.

No APEES o público tem acesso a diversos conjuntos de documentos sobre o Espírito Santo. Existem, por exemplo, manuscritos originais, datados desde 1768, que trazem informações relacionadas aos índios, aos primeiros colonizadores portugueses, aos negros e aos imigrantes que entraram no Estado. O órgão possui ainda cópias digitalizadas do acervo do Arquivo Ultramarino de Portugal, dos anos de 1534 a 1822.

História

Em fevereiro de 1909 Henrique Alves de Cerqueira Lima foi nomeado o primeiro diretor da instituição. Em 1910 o órgão foi oficialmente aberto ao público. Ao observar a grande quantidade de papéis Jerônimo Monteiro relatou: “Os compartimentos do Archivo Publico já se mostram deficientíssimos para a guarda dos numerosos documentos a elle remettidos. Cogito de construir prédio apropriado, com espaço sufficiente para melhorar a accomodação desse precioso repositório das nossas tradições.”

Porém, a intenção de viabilizar um espaço próprio só foi concretizada no Governo de Florentino Avidos (1924-1928). A construção de um novo edifício, situado à Rua Pedro Palácios, na Cidade Alta, para abrigar o “Archivo Público” e a Biblioteca Pública Estadual, teve início no ano de 1925, sendo inaugurado em 1926. Ele serviu nos 80 anos seguintes como sede da instituição. Em 1924 assume a direção Moysés de Medeiros Accioly, que exerceu o cargo até 1938. Ele foi pioneiro na implantação de um sistema de qualificação para o acervo e organizou o local com estantes e outros móveis.

Em 1979 a Biblioteca Pública Estadual foi transferida para a Praia do Suá. O Arquivo Público passa a ocupar todo o imóvel. Mesmo com a separação, o prédio mostra-se insuficiente para atender a crescente demanda pela guarda de documentos e apresenta também problemas na estrutura física. Foi necessário alugar um imóvel, na Ilha de Monte Belo, para acomodar grande parte do acervo, especialmente do Fundo Fazenda, que estava guardado em armazéns do porto.

O Arquivo Público passou, desde então, por diversas ações para a modernização e informatização. Além disso, novos trabalhos surgiram, como o “Projeto Imigrantes”, que promoveu a digitalização de informações sobre a imigração, originando um banco de dados com acesso via internet. Com isso, favoreceu o acesso dos pesquisadores e o reconhecimento junto à sociedade capixaba. Em 2011 a instituição mudou-se para uma nova sede, que segue as normas e padrões internacionais para a conservação de documentos e possui laboratório de microfilmagem, salas de processamento técnico e digitalização e um auditório.

Sede

A sede atual do APEES também é repleta de história. O seu projeto seguiu o desenvolvimento urbano e a expansão dos serviços públicos da cidade de Vitória. No início do século XX o presidente do Estado, Jerônimo Monteiro, empreendeu a construção do edifício para abrigar parte dos serviços de abastecimento de água e a convertedora de energia elétrica gerada pela Usina do Rio Jucu.

Em 1927 a usina é adquirida pela Companhia Central de Força Elétrica (CCBFE), que em 1968 tornou-se a Espírito Santo Centrais Elétricas (Escelsa). O aumento da demanda por eletricidade obrigou o Governo de Florentino Avidos a substituir a antiga convertedora por uma usina a diesel, que recebeu o nome de Jerônimo Monteiro.

Na garagem funcionava a oficina de bondes da CCBFE, que fornecia energia para o sistema de transporte urbano. No local eram feitos os serviços de fundição, mecânica, carpintaria, ferraria e pintura dos bondes, até a desativação em 1965.

No subsolo, o prédio abriga uma caixa de captação que ainda recebe as águas das nascentes da Fonte Grande, mananciais que abasteciam os morros da Lapa e de São Francisco, na Cidade Alta. Da edificação original existem o reservatório e elementos arquitetônicos expostos na ruína da parede histórica.

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