Arquivo Público sedia debate sobre a igualdade racial e de gênero nos meios de comunicação
O debate sobre como os negros, as mulheres e os membros do movimento LGBT vêm sendo tratados enquanto profissionais da comunicação e como a mídia percebe e divulga essas questões estruturais e culturais teve espaço na sede do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES), na noite da última quinta-feira (05), durante o I Encontro Estadual dos Jornalistas pela Igualdade Racial e de Gênero (EEJIRA). No evento, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Espírito Santo (Sindijornalistas) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), foi empossada a Comissão dos Jornalistas Capixabas pela Igualdade Racial e de Gêneros (Cojira-ES).
A palestrante e membro da Cojira-RJ, Angélica Basthi, abordou o tema “O jornalista como protagonista da defesa de ações afirmativas” e destacou a necessidade de ações pró-ativas por parte dos profissionais da imprensa na reversão das inserções de estereótipos relacionados aos negros na mídia. Segundo Angélica, é notório que a imprensa, enquanto entidade influenciadora de comportamentos e opiniões, ainda reproduz noções e posturas racistas.
Angélica ressalta que as ações afirmativas são ferramentas importantes para a correção das injustiças e desigualdades históricas e devem se mostrar no sistema educacional, mercado de trabalho e representação política. Nesse processo é fundamental a participação dos comunicadores sociais ao observarem, por exemplo, o conteúdo, o espaço e as imagens utilizadas e também a inserção de dados estatísticos e a divulgação das experiências positivas.
“Dar visibilidade à população negra, reconhecê-la como sujeito de voz ativa na sociedade, discutir os seus problemas, buscar soluções e representá-las de forma equilibrada e positiva, ou seja, atuar na defesa de ações afirmativas é o que há de novo e desafiador para o jornalista brasileiro” conclui.