Hartung abre Exposição “Rádio Espírito Santo: 75 anos no ar”

Conhecer a trajetória da Rádio Espírito Santo é, de certo modo, adentrar na história do Estado. Criada sob um contexto adverso – em plena ditadura Vargas e sob o impacto da Segunda Grande Guerra – a emissora é a pioneira na comunicação radiofônica local. Estas memórias, mostradas em documentos e fotografias, chegou ao público na noite da última quinta-feira (20), na sede do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES), com o lançamento da exposição “Rádio Espírito Santo: 75 anos no ar”, que segue em cartaz até o mês de novembro.

Danilo Souza, curador da Mostra, explica que o evento é o resultado de toda uma pesquisa, que envolveu desde a criação da rádio, na década de 1930, quando ela ainda era um sonho de um grupo de amigos, até a contemporaneidade. “Esta narrativa fotográfica é uma extensão de um estudo realizado por mim e pela jornalista Ivana Soneghetti de Mingo, que deu origem ao livro ‘Nas ondas do rádio, o Espírito Santo em sintonia’“.

O diretor do Sistema de Rádio e Televisão, Geraldo Magela, destaca as transformações técnicas atuais, que estão ampliando a capacidade da emissora: “Prova disso é a inauguração do novo transmissor de 50 quilowatts, que vai permitir que o sinal da rádio alcance, com muita qualidade, os 78 municípios capixabas e os estados do Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Sergipe e Alagoas”.

Para a Superintendente Estadual de Comunicação Social, Andreia Lopes, a sua relação com a Rádio Espírito Santo perpassa o campo da afetividade, uma vez que, quando ainda era estudante, desejava estagiar na emissora. Além disso, o seu primeiro trabalho foi como radialista. “São grandes os desafios, mas vejo um futuro promissor para a Rádio. Cuidando bem do nosso presente, também é uma forma de valorizar o passado”.

Representando os servidores e os artistas que fizeram a história de sucesso da antiga “Voz do Canaã”, compareceram à solenidade o ex-superintendente, Licério Duarte Júnior e a cantora Ilma Alves. Licério ressalta que assumiu a emissora durante o Governo de Carlos Lindenberg e são muitas as lembranças da época na qual foi um dos grandes nomes do rádio capixaba. “Tenho 89 anos e, emocionado, quero homenagear a todos que participaram e apoiaram a Rádio Espírito Santo durante a sua vida”.

Segundo o governador do Estado, Paulo Hartung, o Arquivo Público, enquanto guardião da memória, é uma ferramenta cultural de grande importância. “É preciso beber da nossa história, para construirmos um futuro melhor. O povo precisa conhecer o seu passado, até para não repetir erros e tropeços. Estar no Arquivo Público e participar dos 75 anos da Rádio Espírito Santo, um trabalho magnífico, traz-me uma alegria imensa. É necessário atuar com inteligência para fazer uma comunicação de qualidade”.

Um pouco da história

A Rádio Clube do Espírito Santo, como era inicialmente chamada, venceu desafios, desvendou fronteiras e se expandiu. O primeiro transmissor foi adquirido em abril de 1937 pelo Interventor Federal João Punaro Bley. Dois anos depois foi entregue a sede, que funcionava no antigo Mercado da Capixaba, no Centro de Vitória.

A partir de então, as atividades se intensificaram com a realização de audições, testes, concursos e ensaios para a contratação do elenco. Com o prefixo PRI-9 entrou no ar, oficialmente, em 14 de janeiro de 1940. Na fase mais popular dos anos de 1950, a chamada “Era de Ouro”, os programas de auditório, voltados ao público infantil e adulto, revelaram muitos talentos locais. Artistas nacionais e internacionais também passaram pelos palcos e as suas radionovelas fizeram muito sucesso.

A ditadura civil-militar (1964-1985) empreendeu a contínua censura e o rígido controle da informação, mas com a redemocratização do país, em 1985, a programação foi ampliada e a prestação de serviços se somou ao tripé música, esporte e jornalismo.

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Arquivo Público do Estado do Espírito Santo

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