21/02/2017 16h18

O Arquivo Público e os 143 anos da imigração italiana para o Brasil

O Dia Nacional do Imigrante Italiano, comemorado nesta terça-feira (21), rememora a chegada ao Espírito Santo, em 1874, da Expedição de Pietro Tabacchi, evento que marca a imigração em massa de italianos para o Brasil. Ao todo foram 388 camponeses que embarcaram no navio à vela “La Sofia” e chegaram à capital Vitória em busca de novas oportunidades e vivências. Grande parte da história da imigração italiana nas terras capixabas está no acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES).

Em 1995 a instituição criou o Projeto “Imigrantes Espírito Santo”, que utiliza o método de cruzamento de dados entre as diversas fontes disponíveis para cada imigrante. Atualmente são 38.495 nomes catalogados, permitindo aos descendentes conhecerem um pouco mais sobre a história dos seus antepassados. A pesquisa sobre cada família pode ser feita no site www.imigrantes.es.gov.br.

A imigração Italiana no Espírito Santo

A primeira expedição de italianos para o Espírito Santo foi batizada com o sobrenome do seu idealizador, Pietro Tabacchi. De acordo com o sociólogo Renzo M. Grosselli, no livro “Colônias Imperiais na Terra do Café”, da Coleção Canaã do APEES, Tabacchi era um italiano oriundo de Trento que já se encontrava no Espírito Santo desde o início da década de 1850, onde adquiriu uma fazenda no município de Santa Cruz (atual Aracruz). Ao observar o interesse do Brasil pela mão de obra europeia ele decidiu oferecer terras para os imigrantes em troca do direito de derrubar 3,5 mil jacarandás para exportação.

Após um longo período de negociação o Ministério da Agricultura autorizou a Província capixaba a firmar contrato com Tabacchi, que por sua vez enviou emissários ao Trentino (Tirol Italiano), à época sob o domínio austríaco, para capitanear famílias daquela região e do Vêneto. Assim, no dia 3 de janeiro, às 15 horas, partia do porto de Gênova o “La Sofia”. A chegada ao Espírito Santo ocorreu no dia 17 de fevereiro e o desembarque se prolongou até 27 do mesmo mês.

Em 1º de março começou a viagem até o porto de Santa Cruz, em direção à propriedade de Tabacchi. Porém, os colonos logo perceberam que foram enganados pelas falsas promessas. Não havia terras preparadas e a situação nos alojamentos era caótica. Esses fatos, somados a uma difícil travessia pelo Atlântico, foram ingredientes que culminaram na primeira revolta. O descontentamento era grande e a rebelião só foi contida pela ação da força policial. Por outro lado, os imigrantes obtiveram informações sobre as colônias oficiais, nas quais teriam melhores condições de trabalho e a oportunidade de serem donos dos seus lotes.

Verificou-se na época a necessidade de documentar oficialmente os procedimentos: ofícios, cartas, contratos, relatórios, listas de passageiros dos navios e hospedarias e passaportes. Com isso, os materiais gerados para o controle administrativo das ações referentes ao fluxo migratório, em suas diversas etapas, tornaram-se registros para o resgate da história de cada família e indivíduo. Memória esta guardada e preservada pelo APEES.

Informações à imprensa:

 

Arquivo Público do Estado do Espírito Santo

Jória Motta Scolforo

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