O terceiro número da Revista do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo está disponível para leitura e estudos on-line. A edição traz o dossiê temático “Africanidades Transatlânticas”, sob a organização do professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Osvaldo Martins Oliveira. Com a proposta de ser uma fonte de conhecimento e pesquisa para a disseminação do saber científico e cultural, com ênfase nas áreas de história e arquivologia, a publicação possui periodicidade semestral e contém artigos acadêmicos, resenhas, reportagens, documentos e fotografias. A nova edição da revista pode ser acessada no link: https://ape.es.gov.br/Media/ape/PDF/Revista_APEES_numero_3.pdf .

Os artigos deste número abordam os negros no Espírito Santo e suas vivências e práticas culturais, e são de autoria de Laryssa da Silva Machado, Andrea Bayerl Mongim, Luana Ribeiro da Trindade, Michel Dal Col Costa, Fernanda de Castro Barbosa, José Elias Rosa dos Santos, Osvaldo Martins de Oliveira, Aline Meireles do Nascimento, Diogo Bonadiman Goltara, Rodrigo Mello, Satina P. Pimenta e Everton Basílio. A entrevista é com a professora Patrícia Gomes Rufino Andrade, do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab), que pesquisa, dentre outros temas, a educação quilombola e ações pedagógicas étnico-raciais.

Osvaldo Martins Oliveira, organizador do dossiê, ressalta que o presente número da Revista é uma edição especial que tem por objetivo lançar o projeto “Africanidades Transatlânticas: cultura, história e memórias afro-brasileiras a partir do Espírito Santo”, a ser desenvolvido entre agosto de 2018 e dezembro de 2019. Trata-se de um trabalho institucional envolvendo parcerias entre a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (Apees), a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e a Ufes.

“O projeto consiste em realizar estudos nas áreas de Antropologia e História sobre as particularidades dos povos africanos e seus descendentes no Estado do Espírito Santo, considerando os processos de organização social e invenções culturais por parte de agrupamentos negros e quilombolas nos meios rurais e urbanos. Ele propõe uma iniciativa interinstitucional e multidisciplinar, pois além das áreas de conhecimento mencionadas contará com um conjunto de bolsistas e pesquisadores colaboradores com formação em outras áreas que dialogam entre si”, explica. Para Osvaldo Martins Oliveira, tais produtos visam visibilizar as potencialidades das relações África e Brasil, mapeando lugares e identificando personagens de memórias africanas e afro-brasileiras, atividades produtivas e cosmologias que conectam o Espírito Santo, o Brasil e os países africanos com os quais se mantém relações diplomáticas, comerciais, educacionais e culturais. 

O diretor geral do Apees, Cilmar Franceschetto, destaca que estudar e divulgar a cultura negra no Estado é de suma importância para compreender a história e a formação da população capixaba, dada a contribuição dos povos africanos, desde os primórdios da colonização, em cinco séculos de trabalho e resistência. “O principal objetivo é ampliar o leque de trabalhos acadêmicos sobre os negros no Espírito Santo. Nesse sentido, o Arquivo Público também se insere como uma instituição indutora de pesquisa, potencializando sua missão de gerir a documentação pública e disseminar a informação por meio das práticas de mediação cultural e atividades educativas” afirma.

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