14/05/2018 15h12 - Atualizado em 14/05/2018 15h25

Arquivo Público recebe acervo bibliográfico sobre Rubem Braga

“Em minhas andanças, eu quase nunca soube se estava fugindo de alguma coisa ou caçando outra” afirma Rubem Braga no texto “A Viajante”. Envolto nos temas e angústias do cotidiano, o autor, nascido em Cachoeiro de Itapemirim, é reconhecido como um dos mais importantes cronistas do país. Um acervo bibliográfico composto por livros, matérias da imprensa, fotografias e cartas foi doado por familiares do escritor ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES) e está disponível para consultas e pesquisas.

 

Foi no periódico cachoeirense “Correio do Sul”, que o escritor capixaba publicou os seus primeiros textos, em 1928. Conforme relata o autor: “Eu escrevia sobre assuntos os mais variados; no verão mandava da praia de Marataízes uma crônica regular, chamada ‘Correio Maratimba’. Quando fui para o Rio, por volta dos 15 anos, mandava correspondência para o Correio. Continuei a fazer o mesmo em 1931, quando mudei para Belo Horizonte”.

 

Após partir para Minas Gerais, como correspondente do impresso “Diário da Tarde”, foi responsável por fazer reportagens no front da Guerra da Mantiqueira, para fazer a cobertura da Revolução Constitucionalista de 1932. Acabou preso, mas a afinidade com o jornalismo passou a exercer papel de destaque na sua trajetória, segundo escreve: “A essa altura eu já era um profissional de imprensa, e nunca mais deixei de ser”. Após esse episódio, trabalhou em jornais e revistas de diversas cidades, alcançando o seu trabalho, exercido no decorrer de quase 60 anos, uma ampla repercussão.

 

Rubem Braga vivenciou e cobriu alguns dos mais marcantes fatos do século XX, tanto na imprensa como em suas crônicas.  Esteve na Segunda Guerra Mundial para o “Diário Carioca”. Atuou em veículos ligados à Aliança Libertadora Nacional, que promovia uma resistência ao Estado Novo. Noticiou as eleições de Perón na Argentina e chegou a ser nomeado embaixador brasileiro no Marrocos.

 

Nos materiais sob a guarda do Arquivo Público, essas vivências e percursos podem ser conhecidos e estudados. Neles, diversos recortes de jornais trazem a influência e relevância da sua escrita, além de entrevistas com o autor. Têm-se também livros sobre a sua obra, correspondências originais enviadas por amigos, artigos feitos em sua homenagem, revistas, fotografias e gravuras. O APEES está aberto de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h30, na Rua Sete de Setembro, Centro de Vitória.    

    

 

Informações à imprensa:

Arquivo Público do Estado do Espírito Santo

Jória Motta Scolforo

3636-6117/99633-3558

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