03/03/2022 16h34 - Atualizado em 03/03/2022 16h52

Arquivo Público recebe acervo privado de Ayres Loureiro de Albuquerque Tovar

Documentos permitem diferentes pesquisas sobre cotidiano capixaba no século XIX.

Uma coleção documental referente à trajetória de Ayres Loureiro de Albuquerque Tovar foi doada pela família e passou a compor, em caráter permanente, o acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES). Entre os materiais, estão livros manuscritos, receitas culinárias e de medicamentos, registros de despesas, listas de eleitores, cartas de nomeação, concessões de licenças, certificados de profissão e correspondências. Trata-se do primeiro acervo privado do século XIX já recebido pela instituição.

Ayres Loureiro de Albuquerque Tovar nasceu no dia 17 de julho de 1836, na cidade de Vitória. Era filho do alferes Ayres Vieira de Albuquerque Tovar, proprietário da primeira tipografia capixaba e neto de Manuel Vieira de Albuquerque Tovar, governador da Capitania do Espírito Santo entre 1804 e 1811. Foi professor de primeiras letras na Freguesia de Carapina e na Vila de Linhares, deputado provincial entre os anos de 1862 e 1877, capitão da 5ª Companhia do Batalhão de Reserva da Guarda Nacional, subdelegado de Polícia do Distrito de Carapina, juiz municipal do Termo de Cachoeiro de Itapemirim e tabelião do Público Judicial e Notas. Faleceu no dia 16 de dezembro de 1891 e foi sepultado no Cemitério de Nossa Senhora da Boa Morte.

Acervo familiar

O trineto de Ayres Loureiro de Albuquerque Tovar, o historiador Cesar Tovar, contou que quando entrou na graduação, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1982, recebeu de presente de uma tia-avó uma pasta com documentos que havia pertencido a Ayres Loureiro de Albuquerque Tovar. O destaque era um álbum de notas, uma espécie de diário, no qual Ayres Loureiro de Albuquerque Tovar registrava dados relativos à família, como se fossem pequenas biografias.

Segundo Cesar Tovar, além das informações familiares, os documentos permitem trazer à cena diversos dados sobre o cotidiano e as relações sociais e políticas do período, abrangendo os anos de 1872 a 1940, como receitas de doces e licores, além de informações sobre professores, vigários e eleitores da Província do Espírito Santo.

Cesar Tovar ressaltou ainda que enquanto historiador considera que o lugar de documentos com esse valor é em um Arquivo Público, onde mais pesquisadores poderão ter acesso, sobretudo aqueles que se dedicam à história regional. “Assim, foi com grande satisfação, que entreguei o acervo ‘Ayres Tovar’ ao APEES, instituição que, desde o meu primeiro contato, reconheceu a relevância histórica de tais documentos e prontamente os recebeu para a guarda permanente”, disse.

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