10/05/2016 12h52

Atividades do Arquivo Público do ES repercutem na imprensa libanesa

O trabalho do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (Apees) no resgate da memória dos imigrantes libaneses foi destaque no jornal online “L’Orient Le Jour” (www.lorientlejour.com), voltado à comunidade libanesa na França. O material abordou a vinda dos primeiros imigrantes ao Espírito Santo, no final do século XIX, que se direcionaram, principalmente, às cidades de Vitória, Cachoeiro Itapemirim, Marataizes e Alegre. A publicação ressaltou ainda o importante papel dos libaneses no desenvolvimento do comércio e da indústria capixaba.

Outro ponto destacado pelo periódico foi a homenagem realizada pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo, em novembro de 2011, com o apoio do Apees, às famílias de imigrantes libaneses pelas diversas contribuições nos aspectos econômicos, sociais e políticos do Estado. Na ocasião os homenageados receberam do Arquivo Público o “Registro da Entrada de Imigrante”, no qual constam informações sobre os seus antepassados que vieram ao Espírito Santo em busca de novas oportunidades.

Os dados para a elaboração dos documentos foram extraídos do acervo de prontuários da Polícia Civil do Apees – que trazem informações pessoais, a origem e local de residência do imigrante, além da fotografia e da impressão digital. Foi utilizado também o banco base do “Projeto Imigrantes Espírito Santo”, que teve início em 1995 para atender à demanda de descendentes de imigrantes que procuravam o Arquivo Público para realizarem pesquisas de resgate das suas origens.

Imigração

De acordo com a historiadora Mintaha Alcuri Campos algumas etapas básicas constituíram o caminho para a integração do imigrante libanês ao Brasil: a chegada ao País trazendo escassos recursos financeiros; as tentativas de melhoria das condições de vida por meio do comércio ambulante e, por fim, o estabelecimento de um negócio próprio.

A autora encontrou registros dos anos de 1902 e 1903 que mostram a presença de libaneses nos municípios de Alegre e Cachoeiro de Itapemirim. Porém, entrevistas feitas por ela, indicam que a chegada deles pode ter ocorrido antes destes anos. Para Mintaha Alcuri Campos o movimento imigratório foi impulsionado pela expansão do comércio interno e a construção de ferrovias.

A autora explica que a fundação de vilas e cidades no Sul do Estado, atrelada à prosperidade proporcionada pelas lavouras de café, foi acompanhada pelos libaneses, que exerciam atividades ligadas aos compradores, aos beneficiadores e aos agricultores. Eles atuavam ainda no pequeno comércio que surgiu com o mercado consumidor proveniente da formação das vilas e cidades, como farmácias, armarinhos e lojas de tecidos.

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