08/11/2021 17h58 - Atualizado em 09/11/2021 17h04

Disponível online “Viagem às Colônias Italianas do Espírito Santo” a 28ª edição da Coleção Canaã

Arquivo Público do Estado do Espírito Santo publica relatório, de 1902, traduzido do italiano, sobre a visita do pesquisador Arrigo De Zettiry às colônias e fazendas de café localizadas em terras capixabas.

O Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES) lançou, em 28 de outubro, a 28ª edição da Coleção Canaã, com a tradução em português do relatório produzido pelo jornalista e pesquisador Arrigo De Zettiry que, em fevereiro de 1902, realizou uma visita ao Espírito Santo e Minas Gerais, percorrendo as colônias e fazendas de café onde se encontravam as famílias camponesas italianas.

A 28ª edição da Coleção Canaã está sendo distribuída gratuitamente, na sede do APEES, no Centro de Vitória, e também em outros eventos de divulgação da obra, em cidades do interior. A publicação já está disponível, em formato digital no site da instituição: https://ape.es.gov.br/colecao-canaa.

“A tradução do relatório do jornalista e pesquisador, em sua visita ao Estado, é o registro de um período que, ao mesmo tempo que algumas famílias camponesas italianas progrediam, outras lutavam contra doenças, a falta de recursos e as dívidas, por conta da baixa do preço do café, mas ainda firmes no sonho de far la Mèrica. É um relato simples, realista e comovente, que retrata um pouco dos dramas e conquistas das famílias italianas no interior espírito-santense”, destacou o diretor-geral do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, Cilmar Cesconetto Franceschetto.

“Viagem às colônias italianas do Espírito Santo – onde estão e como vivem os camponeses italianos do Espírito Santo – 1902” é a versão do original em italiano Condizioni dei coloni italiani negli stati di Spirito Santo e di Minas Geraes (Brasile). A tradução do relatório é de Nerina Bortoluzzi Herzog, com prefácio do sociólogo Renzo M. Grosselli.

No encargo de comissário oficial do governo italiano, Arrigo De Zettiry percorreu a capital e o interior do Estado. De acordo com o relatório, traduzido para português, o jornalista e pesquisador teve contato com conterrâneos em Santa Teresa e visitou o Vale do Canaã até São João de Petrópolis. Na Baía de Vitória, conheceu a Hospedaria dos Imigrantes de Pedra d’Água. De trem, seguiu em direção ao interior de Alfredo Chaves, em áreas das antigas colônias de Rio Novo e Castello.

Ele também passou por Cachoeiro de Itapemirim em direção ao interior de Castelo, onde manteve contatos com famílias de Monte Alverne e das proximidades. No retorno, visitou a fazenda Monte Líbano, também em Cachoeiro, onde concluiu seu trabalho. Para a mesma tarefa, foi contratado o jornalista Adolfo Rossi, que percorreu as colônias e fazendas de São Paulo, e também produziu seu relato. Com base no “Relatório Rossi”, o governo italiano baixou o Decreto Prinetti, ainda em 1902, que proibiu a emigração subvencionada dos camponeses para o Brasil.

História

No último quarto do século 19, o Espírito Santo recebeu mais de 35 mil colonos italianos. Os imigrantes vieram em busca de novas oportunidades na América, como se denominava a expressão “far la Mèrica” e como sonhavam os camponeses da Itália Setentrional. Em 1895, após 21 anos da chegada da Expedição Tabacchi à província capixaba, que inaugurou a imigração em massa de italianos para o Brasil, o governo italiano proibiu novos embarques de famílias ao Espírito Santo, em função das péssimas condições a que estavam submetidos nas colônias e fazendas de café do Estado. Tal decisão teve por base o relatório do Cav. Carlo Nagar e do Cônsul Real, em Vitória, (1895), que relatou o drama dos italianos em terras capixabas (Coleção Canaã, volume 1).

Sete anos depois, no alvorecer do século 20, a Itália enviou emissários ao Brasil para visitar esses imigrantes, a fim de conhecer a condição de vida deles. Foi para o Espírito Santo e Minas Gerais que foi enviado o comissário, jornalista Arrigo De Zettiry. A imigração havia cessado, o preço do café havia despencado, valendo dez vezes menos que na década anterior. É nesse contexto que se dá a visita de De Zettiry ao Brasil, com a incumbência de manter contato com seus compatriotas.

 

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