11/05/2016 17h15

Exposição “Djadjo Kwaa Awã” promove atividades culturais e debates na sede do Arquivo Público

A música do coral Guarani e a dança dos guerreiros Tupinikim marcaram o lançamento da Exposição Fotográfica “Djadjo Kwaa Awã”, na noite da última quarta-feira (18), na sede do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES). Na ocasião, uma mesa-redonda debateu o cotidiano, a educação, a cultura, os trabalhos acadêmicos e as ações voltadas às comunidades indígenas.

A mostra é uma realização do APEES em parceria com o projeto “Linguagens da Terra” e traz os trabalhos de Apoena Medeiros, Caio Perim, Filipe Campos, Gabriel Lordêllo, Lígia Sancio, Matheus Costa, ZaneteDadalto, Syã Fonseca e Ana Paula Gonçalves.

Segundo o coordenador do “Linguagens da Terra”, Caio Perim, a exposição propõe o contato com traços dos povos indígenas do Estado, reforçando os processos de revitalização, mantenimento e visibilidade das culturas Tupinikim e Guarani.O diretor-técnico do Arquivo, CilmarFranceschetto, destacou a função do APEES de guardar e preservar a história do Espírito Santo, inclusive registros sobre os índios. Com isso, a instituição é um espaço importante para que o capixaba se reconheça e possa pesquisar a sua origem e identidade.

Dentre os temas discutidos estava a educação voltada ao indígena abordada pelo educador Tupinikim Jocelino e pela índia guarani Sandra Benites. Ambos comentaram a relevância de uma educação voltada às especificidades dos índios. “Atualmente encontramos muitas barreiras no ensino às nossas crianças. É importante haver o respeito pelo jeito e características próprias do nosso povo. Infelizmente as pessoas não aceitam as diferenças e muitas vezes tentam mudar o outro” afirma Sandra.

A índia Tupinikim Dona Helena participou da mesa-redonda e ressaltou que suas palavras eram provenientes dos seus sentimentos e coração. “Filho de índio virar autoridade é difícil. Então gostamos muito quando temos pessoas que nos ajudem. Sou uma filha da terra. Meu marido tem 105 anos. Aquele teve uma vida de fartura. Estou aqui, mas preocupada com o meu velho. Porém sei que é importante. Estamos caminhando, mesmo com lutas e dificuldades”.

Também participaram do debate o índio Marcelo e os convidados Lígia Sancio, Zanete Dadalto, Victor Hugo, Silfarlem Oliveira, Matheus Costa e Maria Daniela Macedo. Dentre os assuntos discutidos estavam “O índio pela academia”, “Araribóia” e “Fotografia antropológica”.

As atividades culturais mostraram um pouco das músicas, sons e danças indígenas e atraíram a atenção dos moradores da região e das pessoas que saíam do trabalho. A índia Guarani Jaqueline, de sete anos, uma das integrantes do coral, disse que gosta de se apresentar. “Adoro cantar e passear. Estou me divertindo muito hoje”.

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