01/02/2022 09h58

III Mostra de Cinema Negro no Espírito Santo exibe mais de 40 filmes

Em formato on-line e gratuito, a mostra vai até o dia 06 de fevereiro pela plataforma gratuita TodesPlay

 

A III Mocines – Mostra de Cinema Negro do Espirito Santo se consolida como um importante evento sobre a representação e representatividade das negritudes no cinema capixaba e brasileiro. Devido à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), pela primeira vez a mostra acontece em formato on-line. As exibições começaram no último domingo (23) e seguem até o dia 06 de fevereiro. O projeto foi contemplado pelo Edital 009/2020 - Setorial de Audiovisual.

 

Serão duas semanas em que o público e cinéfilos poderão acessar a filmes de todas as regiões do Brasil e também algumas produções internacionais de Portugal e da Alemanha, além de participar de oficinas, cursos e debates. As exibições dos filmes serão pela plataforma gratuita TodesPlay https://todesplay.com.br e também serão realizadas outras atividades pelo canal no YouTube: https://bit.ly/3mocines.

 

A III Mocines – Dogma Feijoada vai exibir mais de 40 filmes, divididos por três sessões temáticas: “Sessão Erê”, com filmes para o público infanto-juvenil; “Sessão Moqueca”, com obras de realizadoras e realizadores negros capixabas; e a “Sessão Nacional”, que tem como objetivo apresentar um panorama do cinema negro contemporâneo brasileiro. Por fim, uma sessão especial que dá título à mostra: “Sessão Dogma Feijoada”, com filmes do cineasta Jeferson De e de outros cineastas negros e negras do início do século 21, que configurava um novo ciclo do Cinema Negro brasileiro.

 “O nosso objetivo é oferecer uma programação com o melhor das produções audiovisuais negras nacionais, sobretudo estimulando as produções capixabas, além de debates, oficinas e masterclass. Isso conecta com outro objetivo caro para nós, que é a formação de profissionais negros e negras que possam atuar no mercado audiovisual profissionalmente, bem como fomentar a formação de público, ao apresentar outro universo de narrativas”, explicou Adriano Monteiro, idealizador e produtor geral da III Mocines.

 A III Mostra de Cinema Negro do Espirito Santo é realizado com o apoio da Secretaria da Cultura (Secult), por meio de edital do Funcultura.

 Homenagem

 

A edição deste ano traz como tema o “Manifesto Dogma Feijoada”, que já completou um pouco mais de 20 anos. A ideia é voltar a este período importante da história do Cinema Negro brasileiro e refletir sobre seus impactos na produção atual. Além disso, a mostra vai homenagear uma das pessoas fundamentais deste movimento, o cineasta Jeferson De.

 Jeferson De nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo. Graduou-se em Cinema pela ECA-USP, no final dos anos 1990. Como bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), entre 1997 a 1998, com a pesquisa “Diretores Cinematográficos Negros”, desenvolvendo o trabalho “Gênese do Cinema Negro Brasileiro”. Este serviu de base para elaboração do chamado Manifesto “Dogma Feijoada”, assinado por diversos cineastas negros paulistas, sendo proclamado no 11º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, em 2000.

 Em 2009, fundou a produtora Buda Filmes, em parceria com a diretora Cristiane Arenas. No ano seguinte, lançou o primeiro longa-metragem chamado “Bróder”, estreando no prestigioso Festival de Berlim. Mais tarde, produziu os programas “Brasil Total” e “Central da Periferia”, na TV Globo. Foi diretor dos programas “Tramavirtual” e “Conexões Urbanas”, no canal Multishow.

O segundo longa-metragem de Jeferson De, “O Amuleto”, estreou em 2015 nos cinemas. Em seguida, passou a trabalhar no longa-metragem, a comédia “Correndo Atrás” (2018), uma adaptação do livro de Hélio de La Peña, tendo no elenco Aílton Graça, Lázaro Ramos, Juliana Alves e o próprio ex-casseta.

Em 2020, lançou “M-8: quando a morte socorre a vida”, vencedor de Melhor Filme/Júri Popular no Festival do Rio, atualmente disponível na plataforma de streaming Netflix. Com uma obra cada vez mais madura e apurada, Jeferson De lançou, no ano passado, o 5º longa-metragem, “Doutor Gama” (2021), que narra a história do advogado e abolicionista negro Luiz Gama. O filme já circulou em festivais importantes, como o American Black Film Festival, passando também pelos cinemas brasileiros, e, atualmente, está disponível na plataforma de streaming GloboPlay.

 

Saiba mais sobre o “Manifesto Feijoada”

 

O “Manifesto Dogma Feijoada” foi fruto do trabalho "Gênese do Cinema Negro Brasileiro", realizado por Jeferson De, entre 1997 e 1998, quando era graduando do curso de Cinema na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP. A partir dessa pesquisa de iniciação científica sobre diretores cinematográficos negros brasileiros, ele conseguiu reunir diversas informações sobre o cinema produzido por negros e a representação nas telas também.

 

A escolha do nome teve uma pitada provocativa. O “Dogma Feijoada” consistia em estabelecer sete “regras”: 1) o filme tem que ser dirigido por realizador negro brasileiro; 2) o protagonista deve ser negro; 3) a temática do filme tem que estar relacionada à cultura negra brasileira; 4) o filme tem que ter um cronograma exequível. Filmes-urgentes; 6) personagens estereotipados negros (ou não) estão proibidos; 7) o roteiro deverá privilegiar o negro comum brasileiro. Super-heróis ou bandidos deverão ser evitados.

 

Assista:

- Pela plataforma gratuita TodesPlay https://todesplay.com.br 

- Atividades pelo canal no YouTube: https://bit.ly/3mocines.

Confira a programação completa:

 

24/01 (Segunda) a 29/01 (sábado)

 

Sessão “Dogma Feijoada” (Plataforma TodesPlay)

 

Sessão Erê (Plataforma TodesPlay):

5 Fitas, de Vilma Martins e Heraldo de Deus

A Piscina de Caique, de Raphael Gustavo da Silva

Meu nome é Maalum, de Luísa Copetti

Ewé de Òsányìn: o segredo das folhas, de Pâmela Peregrino

Além da Fronteira, de Alexandre Matos Meireles

 

Sessão Moqueca (Plataforma TodesPlay):

Nebulosa, de Sâmila Candeia e Andressa Riguête

Do dia em que mudamos a rota, de Diego Nascimento Nunes

CHAMA: Ep.1 "Terra", de Maresia e Adryelisson Maduro

Balança Que Eu Quero Ver - Cantadeiras de Roda, de Jamilda Bento

Artesania, de Thiago Coutinho de Souza

 

Sessão Nacional (Plataforma TodesPlay):

Forrando a Vastidão, de Higor Gomes

Encanto da Tapera, de Dheik Praia

Seremos Ouvidas, de Larissa Nepomuceno

Sethico, de Wagner Montenegro

Você Tem Olhos Tristes, de Diogo Leite

àprova, de Natasha Rodrigues

Te guardo no bolso da saudade, de Rosy Nascimento

Filhas de Lavadeiras, de Edileuza Penha de Souza

CORPAS, de Arthur Almeida

Flor de Estufa, de Laís Andrade

 

26/01 – Quarta-feira

 

Exibição: “Bróder”, de Jeferson De (Plataforma TodesPlay)

 

30/01 (Domingo) a 05/02 (sábado)

 

Sessão Dogma Feijoada (Plataforma TodesPlay)

 

Sessão Erê (Plataforma TodesPlay):

Nana e Nilo na Cidade Verde, de Sandro Lopes

Quando a Chuva Vem?, de Jefferson Batista

Òrum Àiye, de Cintia Maria e Jamile Coelho

Praia dos Tempos, de Luan Santos

Guri, de Adriano Monteiro

 

Sessão Moqueca (Plataforma TodesPlay):

Apartada, de Alex Buck

Chamada a Cobrar - A Série, de Edson Ferreira

Vila das Artes... Existe um Lugar, de Markus Konká Ribeiro

Tenho time pra torcer - Episódio Vitória F.C, de Diego de Jesus (diretor geral da série); PH Martins (diretor do episódio inscrito)

Barões do Funk - capítulo 1, de Luiz Eduardo Neves da Silveira

 

Sessão Nacional (Plataforma TodesPlay):

Tridente Movente: memórias das danças afro-baiana, de Berg Kardy e Andréia Oliveira

Coração Sozinho, de Leon Reis

Eu Temo Que Não Amanheça, de Cainã Siqueira

O Último Grão de Areia, de Marcos Alexandre

Janelas Daqui, de Luciano Vidigal

Utopia, de Rayane Penha

EGUM, de Yuri Costa

Fora do aquário, de Alex Mello

Aquenda - o amor às vezes é isso, de Gi Vatroi e Aida Polimeni

O Abebé Ancestral, de Paulo Ferreira

 

02/02 – Quarta-feira

 

Exibição: “Correndo atrás”, de Jeferson De (Plataforma TodesPlay)

 

06/02 – Domingo

 

Live de Encerramento (Youtube Mocines)

 

Exibição: “M8 - Quando a Morte Socorre”, de Jeferson De (Plataforma TodesPlay).

 

 

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