“Movimento da gente de Santa Cruz” promove atrações culturais para valorização da história e memória
No próximo sábado (25) no distrito de Santa Cruz, no município de Aracruz, serão realizadas atividades socioculturais, com enfoque no patrimônio histórico e nas ações de preservação da memória. O evento, inspirado nos 457 anos de fundação da vila, será realizado a partir das 13h, em frente ao casarão (antiga prefeitura), e contará com mostra fotográfica, exibição de vídeo, lançamento de livro e apresentações da Banda de Congo de Itaparica e do Clube Capixaba do Vinil.
A realização é do “Movimento da gente de Santa Cruz”, onde participam diversas gerações de santa-cruzenses, sejam moradores, comerciantes locais e simpatizantes, e conta com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES). Segundo os coordenadores, Geovana Tabachi, João Amorim e Elizabeth Areias, o objetivo é estimular a participação cidadã, fortalecer a cultura e a identidade local, bem como promover o desenvolvimento sociocultural da região por meio da valorização do patrimônio e da memória social. Busca-se ainda chamar a atenção para a necessidade de restauro do casarão do distrito.
Santa Cruz
O historiador Levy Rocha, no livro “De Vasco Coutinho aos Contemporâneos”, destaca que os primeiros registros sobre a história de Santa Cruz, inicialmente denominada Aldeia Velha, remetem ao ano de sua fundação, em 1556, pelo jesuíta Afonso Braz. Em 1790, o capitão-mor, Ignacio João Mongeardino, afirmou ter fundado uma povoação de 30 casais naquela localidade. Uma lei provincial, de 1837, elevou o povoado a freguesia. Em 1848, a freguesia foi transformada em vila e o nome mudou para Santa Cruz. No ano de 1860 a vila recebeu a visita do imperador D. Pedro II, que escreveu as suas impressões em notas nas quais comentou sobre os aspectos naturais e as características das casas e igreja. Santa Cruz foi também o local no qual desembarcou a primeira grande leva de italianos para o Brasil: a Expedição Tabachi, no final de fevereiro de 1874. Eram 386 imigrantes procedentes do Trentino e do Vêneto.
Foto: Mauricio Franca
O tempo desenrolado desde a fundação da comunidade mostra que em Santa Cruz há muita história para ser preservada e contada. O distrito já foi sede do município de Aracruz e nele havia um porto no qual se escoavam produtos agrícolas – como madeira e laranja. A antropóloga Geovana ressalta que as ações buscam recuperar essa história e chamar a atenção para as belezas da região, contribuindo, com isso, para estimular o sentimento de pertença dos moradores e reforçar a relevância histórica, cultural e natural do distrito.
Programação
Abertura: Mostra de fotografias do acervo dos moradores – 13h
Apresentação da Banda de Congo de Itaparica – 17h
Exibição do Vídeo do Bloco do Casarão no carnaval de Santa Cruz – 18h
Lançamento do livro de poesia/história de autor santa-cruzense, com autógrafos – 19h
Apresentação do Clube Capixaba do Vinil – 20h
(com muita música de todas as épocas para ouvir e dançar)
Foto: Tadeu Biancon