Novas obras em exposição no Parque Cultural Casa do Governador já estão abertas à visitação
Para conhecer os trabalhos, o público pode visitar o espaço sempre às terças-feiras e quintas-feiras, das 8h às 17h, mediante agendamento prévio pelo telefone (27) 3636-1032. As visitas são gratuitas e guiadas por um mediador.
Criados por 17 artistas do Espírito Santo, de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, os trabalhos foram selecionados por meio de um edital lançado em 2023, que contou com um investimento total de R$ 1,8 milhão, em recursos do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), da Secretaria da Cultura (Secult).
Além de se adaptarem à área externa natural do parque, totalizando 26 obras, as produções se correlacionam e difundem trabalhos de artistas locais e nacionais, contribuindo para os campos das artes visuais, do meio ambiente e da tecnologia.
Obras permanentes
Sutilezas do tempo (2024), de Castiel Vitorino Brasileiro (ES)
Instalação de bambu a pique, estrutura de madeira, muro de pedra, quartzo rosa bruto e cristal bruto.
Desenvolvida com a comunidade quilombola Morro das Araras, que contribiu com a feitura do “embarraeiro” – técnica tradicional arquitetônica que ensina sobre tempo, confiança, cuidado e amor –, a obra reflete sobre a extrema delicadeza do nosso envelhecimento.
Círculo Máximo (2024), de Geovanni Lima (MG)
Aço galvanizado e pintura eletrostática.
Desafiando a lógica norte-sul e homenageando os ancestrais africanos vitimados pelo movimento escravocrata, a instalação reflete sobre a maré nos oceanos e a força da natureza, especialmente do vento que movimenta as imagens das 16 esculturas que compõem o trabalho, simbolizando cada Orixá.
Brisa – Uma escultura cinética para bailar com o vento (2023), de João Wesley de Souza (ES)
Escultura em aço corten.
Escultura cinética, construída em aço corten sobre uma base de concreto estrutural revestida com o mesmo material, além de uma relação direta com o vento, a obra ativa uma construção mental que acontece na relação com o observador, podendo-se admitir sua natureza também fenomenológica.
Púlpito Público (2020), de Maré de Matos (MG)
Metal, madeira, dispositivos sonoros e tecido.
Composta pela junção de três escadas que se encontram em uma plataforma única, com quatro dispositivos sonoros fixados (megafones), a instalação representa o encontro, as diferenças e os múltiplos caminhos, evocando a pluralidade de vozes a partir de sua ativação.
Ojiji (2023), de Siwaju (SP)
Aço, solda e processos de oxidação específicos.
A escultura versa sobre uma ancestralidade que advém das margens, onde coloca em relação signos do passado – como as rotas transatlânticas – em embate com a paisagem natural. “Ojiji”, em iorubá, traduz-se como “sombra”.
Obras temporárias
Contato (2023), de Hugo Bello e Jaíne Muniz (ES)
Tubos de acrílico, fitas de LED, aço galvanizado e hardware customizado.
Por meio de sensores, o espectador interage com a instalação alterando o comportamento de suas luzes, integrando sujeito e objeto, trazendo a formação dos cabos como componente material arquitetônico.
Estados Originários (2023), de Renato Ren (ES)
Bandeiras de poliéster com impressão digital, mastros de bandeiras em aço galvanizado com pintura eletrostática e corda de hasteamento.
Cada bandeira representa um dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, reimaginados e nomeados a partir das etnias dos povos originários que ocuparam ou ainda ocupam essas regiões. Seu objetivo é provocar reflexões sobre as ameaças e violações de direitos enfrentadas pelos povos indígenas.
Beira (2023), de Anabel Antinori (SP)
Madeira.
Obra-brinquedo que convida a uma experiência lúdica, é uma plataforma móvel que pressupõe ativação pelo público – individualmente, em duplas ou trios –, possibilitando diversas formas de interação. Por segurança e preservação da obra, é necessário retirar os calçados e evitar saltos vigorosos.
La historia de los 2 que soñaron (2023), de Washington Silvera (PR)
Aço inox, aço carbono galvanizado e tinta anticorrosiva.
Como poética, a instalação tem como figura central o instrumento “pá” – ferramenta bastante utilizada pela humanidade para busca de minerais ou para transformação de terrenos e construção de obras. A formação de um círculo amplifica a escala da escultura constituindo um local mágico e de reflexão.
Corpo Estranho (2023), de Rodrigo Sassi (SP)
Madeira certificada.
Instalação/site-specific que tem sua relação baseada na natureza em detrimento da intervenção humana. Com formato retângular e de grande proporção, a obra feita em madeira cria um contraste entre o orgânico e o artificial, explicitando a ação construtiva do homem e a exploração desse recurso natural.
Agô (2023), de Carla Désirée (ES)
Tubos de aço galvanizado soldado com pontas feitas por fundição.
A escultura “Agô” – do iorubá, um pedido de licença – é uma estrutura que adentra o espaço do parque para falar sobre ancestralidade a partir dos símbolos religiosos do povo que cultua Orixás, entidades e seres encantados. Localizado no centro da obra e representando Oxum, o espelho coloca o espectador diante de si mesmo, possibilitando um encontro consigo e com a instalação.
Balança Cotejo: a intenção de compreender a presença (2023), de Bárbara Mattos Carnielli (ES)
Estrutura metálica galvanizada com acabamento em pintura PU e kokedama.
A obra compara elementos minerais e orgânicos, investigando possíveis semelhanças ou diferenças. O corpo mineral é representado por uma grande rocha, como nossa essência mais genuína e incorruptível, não acessada pela consciência. O corpo orgânico, representado por uma bola de musgo, terra e planta (kokedama, uma técnica japonesa), elabora nossa construção de comportamentos afetivos, efêmeros, que sofrem intervenções externas.
Sentinelas (2024), de Paulo Vivacqua (ES)
Alto-falantes, suportes de metal, pendrive e cabos de áudio estéreo.
A instalação se relaciona com o ambiente por meio de alto-falantes localizados ao longo do espaço. Os sons sugerem narrativas imaginárias no tempo, como em uma composição aberta e circular na qual cada um faz sua própria trajetória.
Mensageira do Clima (2024), de Bruno Cabús (ES)
Aço carbono e pintura eletrostática.
É uma “obra óptica transformável”, isto é, depende da interação do observador que, ao caminhar, percebe toda sua variação e movimento. Sua transformação se dá pelo efeito moiré, em que padrões de linhas combinadas e sobrepostas geram um terceiro desenho, que ganha vida de acordo com a movimentação e o ponto de vista de quem a observa.
A Escada (2024), de Renan Grisoni e Cleuber da Silva Júnior (ES)
Estrutura em aço e madeira, vedação em gesso acartonado e placa cimentícia.
Em contraponto às limitações de mobilidade, a obra traz elementos sensoriais que remetem à experiência de acessar o universo de acolhimento e densidade das comunidades periféricas, como conversas, anúncios, trânsito de pessoas, comércio, crianças brincando, camadas diversas existentes no cotidiano desses territórios.
O parque
Instalado na Residência Oficial do Governo do Estado, o parque foi inaugurado em maio de 2022, como um espaço destinado ao público interessado na produção cultural local, tornando-se ainda a maior galeria de arte ao ar livre do Espírito Santo – que reúne hoje 26 obras de arte permanentes e temporárias, entre esculturas, instalações e site-specifics.
Ocupando uma área de 93 mil metros quadrados, o Parque Cultural Casa do Governador tem sua infraestrutura compartilhada pela Secult e pela Secretaria do Governo (SEG). Aberto à visitação gratuita, o espaço propõe um diálogo entre arte contemporânea e natureza, segundo três eixos temáticos: ambiental, histórico e artístico.
Serviço:
Visitação às obras do Parque Cultural Casa do Governador
Quando: às terças-feiras e quintas-feiras
Horário: das 8h às 17h
Local: Parque Cultural Casa do Governador, Rua Santa Luzia, Praia da Costa, Vila Velha
Visitas mediante agendamento pelo telefone (27) 3636-1032
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Secult
Tiago Zanoli / Danilo Ferraz / Karen Mantovanelli / Juliana Nobre
Telefone: (27) 3636-7111
Whatsapp: (27) 99753-7583