27/05/2022 11h06

Secult em parceria com a Associação Cultural Videobrasil, apresenta exposição REVIRAVOLTA

O projeto se divide em duas exposições, no Museu de Arte do Espírito Santo (MAES) e na Galeria Homero Massena (GHM).

 

A partir de seu vasto acervo reunido ao longo de quatro décadas, a Associação Cultural Videobrasil apresenta, entre os dias 10 de junho e 10 de setembro, a mostra REVIRAVOLTA, realizada simultaneamente em dois destacados espaços culturais do Estado. Enquanto a exposição Reviravolta – Arte e geopolítica no Acervo Videobrasil ocupa o Museu de Arte do Espírito Santo (MAES), Reviravolta – Corpo e performance no Acervo Videobrasil ocupa a Galeria Homero Massena (GHM), ambos localizados no Centro de Vitória.

Com curadoria de Solange Farkas, fundadora e diretora do Videobrasil, o projeto dá sequência a um trabalho constante da associação de olhar para seu acervo e mantê-lo vivo, debatendo temas fundamentais da contemporaneidade.

  

“As duas exposições reunidas com o título Reviravolta atestam a potência e o alcance simbólico deste acervo em duas frentes diversas. Concebidas à luz de outras reviravoltas, incluindo os períodos recentes de isolamento nos quais nos vimos obrigados, todos, a performar diante de telas e a ver o mundo através delas, revelam uma produção artística comprometida, desde sempre, em revirar nossas certezas, tratar daquilo que é urgente e nos colocar diante de novas perspectivas”, afirma Solange Farkas.

Concebido em parceria com a Secretaria da Cultura (Secult) – que ajudou também a trazer obras de artistas capixabas para o projeto –, a mostra ganha relevância ainda maior ao apresentar pela primeira vez um conjunto significativo de obras do Acervo Videobrasil na capital do Espírito Santo. O projeto vai ao encontro ao desejo histórico da instituição de acessar territórios fora dos grandes eixos de poder, não só no mundo (o Sul Global), mas também no próprio país (para além do eixo Rio-São Paulo).

"Estamos vivendo um ápice da produção artística do Espírito Santo, uma produção robusta, consistente; pesquisas, práticas e discursividades em diálogo direto com as urgências dos tempos de agora. A interlocução proposta com o Videobrasil em Vitória estimula um intercâmbio necessário para o fortalecimento das redes, dos artistas e suas produções para além das fronteiras dos territórios”, afirma Nicolas Soares, diretor do MAES.

Arte e geopolítica no Acervo Videobrasil, no MAES, parte da cartografia desenhada pelas duas últimas edições da Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil. Destacando a produção do chamado Sul Global - termo que se refere aos territórios à margem da modernização hegemônica e do capitalismo central, principalmente na América Latina, África, Leste Europeu, Ásia e Oriente Médio -, a exposição apresenta trabalhos de Aline X, Gustavo Jardim, Alto Amazonas Audiovisual, Ana Vaz, Bakary Diallo, Daniel Monroy Cuevas, Enrique Ramírez, Luciana Magno, Paulo Nazareth, Seydou Cissé, Tiécoura N’Daou e do coletivo indígena formado por Ana Carvalho, Ariel Kuaray Ortega, Fernando Ancil e Patrícia Para Yxapy.

Surgem na mostra práticas artísticas que borram as fronteiras com a ciência e entre as ciências para ampliar nossas concepções de mundo, assim como um uso “artivista” do vídeo por grupos minorizados, para reforçar práticas comunitárias, defender direitos ameaçados e reforçar a utopia de reconstruir o mundo a partir de coletividades ligadas a identidade e afeto. 

  

“A necessidade de fazer reverberar em toda a sua potência histórias não hegemônicas dá ao vídeo um fôlego narrativo que antes era privilégio do cinema. Ao mesmo tempo, e quase na mesma medida, os artistas mobilizam o poder da imagem para criar espaços e metáforas”, diz Solange em texto sobre a mostra. E ela completa: “Não surpreende que uma produção pautada pela ideia de resistência e pela vocação política floresça em um momento de retrocesso e incerteza. A potência da arte que emerge do Sul já não pode ser ignorada pelo circuito internacional, nem se relativiza a importância dessa perspectiva em um concerto global”, Solange Farkas em texto sobre a mostra.

A exposição Corpo e performance no Acervo Videobrasil, por sua vez, apresenta na Galeria Homero Massena o resultado de uma imersão nos registros de performances produzidos pelo Videobrasil ao longo de seus 40 anos - incluindo happenings, intervenções musicais, vídeo performances, entre outros. Desde sua primeira edição, em 1983, a Bienal Videobrasil oferece à performance um espaço inédito no cenário brasileiro, inclusive comissionando projetos nesta linguagem para as mostras. Deste modo, a exposição em Vitória ilumina alguns dos rumos tomados pela performance ao longo das décadas, seja incorporando música, teatro, dança, artes visuais e intervenção urbana, seja olhando para os rituais religiosos.

“Nos países do Sul Global, em meio à violência de Estado e à herança colonial, artistas plasmam corpo e imagem em uma produção que é signo de vida contra as políticas da morte. No programa principal desta exposição, eles manobram de formas diversas o repertório da performance para trazer para o próprio corpo o enfrentamento de temas urgentes, como racismo estrutural, terrorismo estatal e violência de gênero”, destaca Solange Farkas. 

Reunida a partir dos mais de 200 registros de performances do Acervo Videobrasil, a lista de artistas e coletivos participantes da mostra, vindos de diferentes cantos do globo, é vasta: Melati Suryodarmo, Marcello Mercado, Coco Fusco, Frente 3 de Fevereiro, Luiz de Abreu, Otávio Donasci, Lenora de Barros e Walter Silveira, Steina Vasulka e Stephen Vitiello, Michael Smith, Waly Salomão e Carlos Nader, Eder Santos, Marco Paulo Rolla, Alexandre da Cunha, Chelpa Ferro, Ayrson Heráclito, Felipe Bittencourt, Aya Eliav e Ofir Feldman e Paula Garcia.

Há ainda na exposição um programa especial dedicado a artistas capixabas com obras performáticas: Charlene Bicalho, Castiel Vitorino Brasileiro, Fredone Fone, Geovanni Lima, Fredone Fone, Geovanni Lima, Marcus Vinícius, Natalie Mirêda e Rubiane Maia.

Com as duas exposições em Vitória, reunidas sob o título REVIRAVOLTA, o Videobrasil - criado ainda nos tempos da ditadura – dá sequência a uma de suas grandes missões, ou seja, apresentar e fomentar o uso político, combativo e libertário que os artistas fazem do vídeo. Para isso, a instituição mais uma vez cria caminhos para reativar seu acervo, reaver e compreender as obras em seus contextos e criar diálogos a partir delas. "Para além da complexa questão da conservação – de suporte volátil, o acervo em vídeo demanda estrutura pesada, conhecimento específico e atualização permanente –, coloca-se a necessidade de criar estratégias capazes de manter esses conteúdos vivos e em contato com o mundo”, aponta Solange Farkas.

 

REVIRAVOLTA

Arte e geopolítica no Acervo Videobrasil

De 10 de junho a 10 de setembro de 2022

Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio del Santo – MAES

Av. Jerônimo Monteiro, 631

Centro de Vitória – ES

(27) 3132 8393


Visitação

De terça a sexta, das 10h às 18h

Sábados, das 10h às 16h


Educativo

Disponível nos horários de visitação. 

Agendamento para visitas em grupo:

e-mail maes.educativo@gmail.com

(27) 3132 8391 e (27) 3132 8393

 

REVIRAVOLTA

Corpo e performance no Acervo Videobrasil

De 10 de junho a 10 de setembro de 2022

Galeria Homero Massena 

Rua Pedro Palácios, 99

Centro de Vitória – ES

Visitação

De segunda a sexta, das 9h às 18h

Sábados, das 13h às 17h 

(27) 3132 8395


Educativo

Disponível nos horários de visitação. 

Agendamento para visitas em grupo:

(27) 3132-8395

 

 

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