Solenidade homenageia os 160 anos da imigração pomerana para o Espírito Santo
Os 160 anos da imigração pomerana para o Espírito Santo foram comemorados em solenidade nesta quarta-feira (16) no Salão São Tiago, no Palácio Anchieta, em Vitória. Com as presenças do governador do Estado, Renato Casagrande; da primeira-dama, Maria Virgínia; e da vice-governadora, Jaqueline Moraes, o evento contou com apresentações culturais, além do lançamento de livros e homenagens com muita música e danças típicas. A atividade foi uma iniciativa do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES) em conjunto com as prefeituras municipais que têm comunidades pomeranas.
O governador destacou a importância do povo pomerano na história do Espírito Santo e as suas contribuições em variados campos. “Temos cravado no nosso Estado comunidades da Pomerânia que preservam a sua cultura, música, língua e costumes. Como é bonito ver toda essa herança cultural que foi preservada. Vocês dão uma bela contribuição ao nosso Estado, tanto culturalmente quanto no desenvolvimento. Hoje não temos noção da dificuldade que os imigrantes encontraram ao chegar aqui e ao nosso País. Mas ainda assim construíram um caminho para que possamos ter hoje a vida que temos em comunidade”, afirmou.
Participaram do evento os secretários de Estado da Cultura, Fabrício Noronha, e de Direitos Humanos, Nara Borgo, além do diretor do APEES, Cilmar Francischetto.
Pomeranos no Espírito Santo
O grupo com os primeiros imigrantes pomeranos a chegarem ao Estado era formado por 27 famílias num total de 117 pessoas. Eles eram agricultores luteranos que partiram de Hamburgo, na Alemanha, no navio Eleonor, em abril de 1859. O transatlântico entrou no porto do Rio de Janeiro após dois meses de viagem. Lá estava sediada a “Central de Colonização”, responsável pelos contratos e transportes.
Depois dessa breve escala na Capital do Império, seguiram viagem no barco “São Matheus” e chegaram ao Porto de Vitória no dia 28 de junho. Para alcançar os lotes coloniais, seu destino final, os imigrantes tinham que subir o rio Santa Maria em direção ao “Porto do Cachoeiro”, atual Santa Leopoldina. Até 1860 vieram outros 46 imigrantes. Porém, o maior fluxo se verifica entre os anos de 1868 a 1874. Ao todo, foram 2.223 colonos de origem pomerana que entraram no Estado.
A Pomerânia estava localizada entre a Europa e o Mar Báltico. A historiadora Cione Marta Raasch Manske, no livro “Pomeranos no Espírito Santo”, ressalta que o solo fértil, a diversidade hídrica e a localização estratégica desencadearam disputas pela posse da terra na Idade Média, deixando-a marcada por guerras, epidemias e fome. A imigração, neste contexto, mostrou-se como uma opção para a sobrevivência.
Durante um período prolongado, diferentes conflitos devastaram o local. Em 1720, o território é conquistado pela Prússia, que em 1817 institui a Província Prussiana da Pomerânia. No século XIX, conforme destaca a autora, mudanças políticas e econômicas contribuíram de forma significativa para o agravamento da situação de crise. A instabilidade social impulsionou os pomeranos a imigrarem para o Brasil, com destaque ao Espírito Santo.
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