João Punaro Bley

Nível de Descrição: Coleção.

Código de Referência: BR ESAPEES JPB.

Título: João Punaro Bley.

Datas-limites: 1930 - 1943*

Dimensão e Suporte:  Formato: Álbum; Categoria: Fotografia; Suporte: Papel; Qtde: 4 álbuns com 235 fotografias em preto e branco (p&b).

Nomes dos Produtores: Governo de João Punaro Bley; Palácio do Governo.

Procedência: Instituto Jones dos Santos Neves.

História Administrativa/Biografia: 

João Punaro Bley nasceu em Montes Claros (MG) no dia 14 de novembro de 1900, filho do engenheiro João Bley Filho e de Maria Punaro Barata.

Sua carreira discente iniciou-se no Grupo Escolar de Teófilo Otoni (MG), no Colégio Diocesano São José, no Rio de Janeiro — para onde sua família se transferiu em 1907 — e, de 1913 a 1917, no Colégio Militar de Barbacena (MG). Ingressou na Escola Militar do Realengo no Rio de Janeiro em 1918,  de onde saiu aspirante-a-oficial de artilharia em 1920. Nesse mesmo ano, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, optando, em seguida, por servir no 4º Regimento de Artilharia, sediado em Curitiba, onde então trabalhava seu pai.

Ligado à carreira militar, Punaro Bley foi se ascendendo dentro dessa, recebendo menções honrosas e novas titulações militares com o passar dos anos.

Sua participação ativa nas questões militares o fez uma pessoa de destaque, recebendo propostas de cargos de confiança e também exercendo-os . Em 1928 exerceu a função de auxiliar de instrução da artilharia da Escola Militar do Realengo. Em 1930 foi promovido capitão.

Com a eclosão do movimento revolucionário de 3 de outubro de 1930, foi designado a combater as forças que se rebelaram no Espírito Santo. Com a crise de 1929, o Espírito Santo perdera espaço economicamente com a queda dos preços do café, agravando a situação de insatisfação por parte da sociedade civil. Funcionários públicos ficaram sem receber salários há meses. Com todo esse contexto Aristeu Aguiar, na época o governador, abandonou o cargo no dia 16 de outubro.

No dia 14 de novembro de 1930, Punaro Bley foi nomeado interventor federal no Espírito Santo, embora fosse um oficial sem tradição no estado e carente de experiência na administração pública. Posteriormente é nomeado interventor do Espírito Santo a mando de Getúlio Vargas. Esse episódio se deu pela acirrada disputa entre candidatos à presidência do Estado o que poderia desfragmentar a políticas federais, além do forte apoio a ele da Associação Comercial de Vitória.

A trajetória política de Punaro Bley, que comandou o Estado por quase uma década e meia foi extensa. Atuou como interventor federal de 1930 a 1935 (nesse período mostrou sua face autoritária, perseguindo jornalistas e opositores), governador de 1935 a 1937 e novamente interventor de 1937 a 1943 (com a decretação do Estado Novo (10/11/1937), Punaro Bley, que apoiou a medida, foi confirmado no cargo, agora novamente na qualidade de interventor federal).

Fernando Achiamé, no livro “O Espírito Santo na Era Vargas”, afirma que o Governo de Punaro Bley se caracterizou por uma “estratégia de conciliação de interesses”, na qual o interventor intermediava a política administrativa regional com a do poder central, exercido pelo Presidente da República Getúlio Vargas. No período diversas ações foram empreendidas, dentre elas: “a implantação de políticas públicas como saneamento financeiro, melhorias da prestação da educação e saúde, aparelhamento do porto de Vitória e criação do banco local”. Para Achiamé tratava-se de “um reformismo autoritário e modernizante”, que reforçava as hierarquias existentes e vinculava o Espírito Santo à política nacional.

Em março de 1940, foi promovido a major, retornou ao curso da Escola de Estado-Maior do Exército em 1942. Em janeiro de 1943, deixou a interventoria.

Sua administração no Espírito Santo se caracterizou inicialmente pela tentativa de pacificar as correntes políticas que disputavam sua preferência. Assentou as bases para o saneamento das finanças do estado, através da reorganização do Serviço de Tomada de Contas e do resgate de empréstimos, à vista e com abatimento de juros como registrado em seus disrcusos de governo. No que se refere à educação, procedeu à instalação da Faculdade de Direito do estado e à oficialização da Faculdade de Farmácia e Odontologia, além de criar a Escola Prática de Agricultura e desencadear a campanha de nacionalização do ensino nas áreas de colonização estrangeira.

Faleceu no Rio de Janeiro no dia 20 de abril de 1983.

Era casado com Alzira Bley, com quem teve duas filhas.

Arquivos relacionados a seu governo no Espírito Santo, como fotografias, solenidades, discursos e escritos estão preservados no Arquivo público do Espírito Santo (APEES). No Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc) da Fundação Getulio Vargas, no Rio se encontra também seu arquivo pessoal.

Âmbito do Conteúdo: A Coleção Eurico Rezende contém 235 fotografias acondiconados em 04 (quatro) álbuns da administração de João Punaro Bley, durante os períodos de 1930 a 1943.

Sistema de Arranjo: Mantida a estrutura de acondiconamento e ordenação originalmente estabelecidada pelo produtor.

Condições de Acesso: O acesso é realizado através das imagens digitalizadas. A consulta aos documentos originais é disponibilizada  em caso de inexistência de cópias digitais.

Notas sobre publicação: 

ACHIAMÉ, Fernando A. M, O espírito Santo na era Vargas (1930-1937) – Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.

João Punaro Bley. Disponível em: <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/joao-punaro-bley-1>. Acesso em: 21 mar. 2018.

Arquivo Público digitaliza acervo de imagens do Interventor Federal João Punaro Bley. Disponível em: <https://ape.es.gov.br/Not%C3%ADcia/arquivo-publico-digitaliza-acervo-de-imagens-do-interventor-federal-joao-punaro-bley>. Acesso em: 21 mar. 2018.

Notas sobre Conservação: De modo geral, as fotografias estão em bom estado de conservação. Porém necessitam de alteração de unidade de acondicionamento, uma vez que se econtram coladas em suporte de material ácido. Assim como carecem de novos álbuns e envólucros adequados. 

Notas Gerais: Os álbuns estão desencadernados.

Nota do Arquivista: 1) Os títulos correspondem à transcrição integral expressa no suporte documental; 2) No campo dimensão e suporte mensurado, nos níveis 4 e 5, considerou-se, por padrão: Largura x altura; 3) Campos preenchidos adicionados com * (asterisco), referem-se a informações atribuídas pelo descritor.

Instrumento de Pesquisa: Inventário da Coleção João Punaro Bley

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